Mercado da alma

Neste quarto frio e úmido sobrevivo,
Na epiderme deste disfarce pífio,
No gelo destes braços incógnitos,
Na veracidade deste mundo sombrio.

Busco a moeda sórdida que mal me alimenta,
No fascínio deste batom que habita meus lábios,
E eternizo o capítulo deste libido de momento,
Eu, a roupa que vestem sem nenhum juramento.

Este lascivo corpo de pecados inglórios,
Na vertigem destes meus atos réprobos,
Enxerga-me um mundo por diversos olhos,

Na estupidez do apetite da espécie,
Na mercancia de minha reles vida,
Alienei minha alma, tornei-me inferno.

Sou apenas ela...a carne mal passada...
Vermelha carne... que suja sua alma...
Sou mulher-dama, sou carne barata...

 
Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 11/05/2012
Reeditado em 11/05/2012
Código do texto: T3662005
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