Frágil círio
Se desmaio frio nesse azulejo
"Navegar não é preciso"
Porque iria eu até ao Tejo
Se houvesse lá os corais do seu sorriso.
Mas apenas é esta sala que eu vejo
Onde esmagada minha cabeça piso
E um resto de poesia gaguejo
Tentando recobrar meu corpo inciso
Esmorecido, nem sei mais o que digo...
Mais e mais de mim escapo
Quero contemplar-me além de um postigo
"À parte isso", tudo é delírio
"Tenho em mim todos os sonhos"
Que não haja o mundo derretê-los, como frágil círio.