ALFA

Quando, da Lua, as cores se arrepiam,

como se fossem luzes da ribalta,

e quando o som do violão faz falta

para embalar as vozes da poesia;

quando as palavras não colam na pauta,

tão como a noite não cola no dia,

quando o tambor percute à revelia

para marcar a dança e a ressalta;

além dos montes, nos longes da terra,

vozes secretas urdem velhos planos,

sobre uma guerra resistente e antiga,

e o velho alfa que comanda a liga

jamais emite um uivo leviano

e pelas matas, pelos campos, erra.

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