P’ra alguns o soneto é sedução do cárcere:
p'ra outros o cárcere da sedução!
p’ra muitos o espartilho da poesia que fere;
p'ra os vates o deleite da emoção!
São quatorze versos bem ritmados...
numa eloqüência sonora a rigor;
a prova de fogo dos poetas selados,
ao traduzir enxuto com todo vigor:
a poesia impoluta que se torna astuta,
na companhia do verso que habita...
ao voejar altiva c'mo um Condor!
P’ra os braços da Vênus que crepita...
o doce amargo do sonetar em pepita,
que se tira do malho com todo fulgor!