“Inútil espera”
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Quanta vida dissipada, barganhando ilusão
Agenciando o tempo que não posso revogar
Sem arrazoar, submersa em juramento vão
Firmando minhas raízes na utopia de esperar
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Os lamentos se dispersam na bruma densa
Só as pedras da rua ouvem meu queixume
No sopro da aragem, sinto a caricia intensa
Consentindo no ar as nuances, do teu perfume
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Tudo o que posso ter é a solidão da esquina
A espera inútil de ver seu vulto virar a rua
A candura confiante do olhar de menina
Que não vê a verdade, quase palpável e crua
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Inútil alimentar essa espera por um alguém
Que se perdeu no tempo, e por certo nunca vem
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Glória Salles
07 dezembro 2009
15h40min
-Registro na Biblioteca Nacional
-Ministério da Cultura
-E.D.A. —