Numa Praça

Numa noite qualquer, tranquila e cinzenta,

o teu vulto sedoso à praça descia,

e por tão desejar a aura que eu via,

mais opalas vertia de luz e tormenta.

Desta brasa acendendo esferas de menta

da tua boca arredia, suspiro se ouvia,

era o doce estalar da estrela alvadia

pelo céu descarnando minhalma friorenta.

Nos serenos, o tempo, a passar lentamente

nesta praça tão calma, a paz delirante,

destrancava o fiar da Lua vidente.

Pois o peito se cega na trama que quer,

"quanto mais se dissipa, mais é cortante",

o perfume carmim daquela mulher.