Quem?

Quem nunca imergiu, nunca perdeu

A ilusória visão de estar-no-mundo,

Nem tocou o surgimento do profundo

Escondido nas máscaras do “eu”.

Quem foi esse primeiro sem segundo

Que no baile à fantasia se perdeu,

Por pensar que o destino fosse seu

Quando a Voz nem sequer falava ao fundo.

Quem pode resolver-se no si-mesmo,

Enquanto as passadas são de sono,

E ignora que o sentir respira a esmo.

Quem saberá ouvir com paz e calma,

Entre tantos ruídos, ser o dono

Da música regida pela alma?