Semi-árido
Descalço e rachado
o passo cansado
vai trôpego e aos trancos
superando os barrancos
A enxada arrastada
no perder de vista
deixa a linha traçada
Ah! Se a dor enchesse barriga
Ah! Se o cansaço matasse a fome
Mas é de pão que vive o homem
E a lua do dia castiga
Quem dera se só semi fosse
Este duro sertão árido
Como é o sumo da cana doce
E a cada passo implora, sim
para ser o seu derradeiro
chegando ao esperado fim
de um eterno janeiro