D´Alucinação
D´Alucinação
I
Chamei-a de hora incerta, de hora rara.
Era a batalha: a amálgama e a cara
Brasa-canastra ao largo, a tão preclara
Junção de olfato e som que envolve e ampara.
Chamei de alucinógena tiara
A uma constelação cor- de-carrara
Tão fria, fria, fria, de tão clara;
Luz querendo ser Luz, de tão avara.
Lua de março ou maio que assomara
Imaculada e lassa, já prepara
Ciclo de som sobre outro que findara.
Chamo volúpia agora. Sim! repara:
É som e aroma e cor... tudo acordara.
E a hora outra vez vem, incerta e rara...
De: " Páginas do Velho Mundo."
* Versos Decassílabos