O Beijo do Corvo
Planando sob as suas asas,
Debatendo as negras plumas,
Espalha as crispas e brasas,
Fagulhas das tristes espumas!
Tentando em seu disfarce,
Beijar-me a testa enegrecida,
No vilipêndio ferir-me a face
Na alma triste e envelhecida!
De meus lábios sequer o viço,
Senti queimar-te a entranha
Fuja de mim com esse teu bico
No desespero que te assanha!
Já não vejo mais ninguém
Corvo leve-me para o além