A LOUCA

A lisa cabeleira de uma louca
Que a palidez do rosto escondia
Ia mover-se argêntea, na bacia
De água cristalina, rasa e pouca.

Insanamente a voz saiu-lhe rouca
E a doida ora chorava ora sorria
Na confusão mental, triste, doentia,
Viu-se um corpo sem eco n’alma oca.

Esquecida dos traços os mais belos
N’água quis mergulhar débil figura
Estranhamente feia, triste, torta.

Não deu. Mas d’envoltório os seus cabelos
Serviram-lhe ao pescoço – vil loucura!
E jaz ante a bacia a louca morta.
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Non, je ne regrette rien


http://www.youtube.com/watch?v=Ezeq4Lhonv0

Não é desgraça ser pobre/Não é desgraça ser louca...

http://www.youtube.com/watch?v=5G77cgxXKA8

LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 14/10/2012
Reeditado em 08/12/2012
Código do texto: T3932247
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