Soneto atropelado

Quando o cílio dos teus olhos unidos ficarem

E meu rosto em seu peito não mais perceber.

Que o ar que lhe enchia deixou-lhe perecer.

Penso que é descanso, pelos dias estarem.

O que desejo a você é uma calma partida, tens que crer.

Como acordes em cantigas ao invés de portas a ranger.

Com semblante mudado, vou acompanhar-te em despedida.

Nesse solene momento que finda, em alma recolhida.

Seu corpo vou adornar, encaixar, sobre flores e odores.

Velar-te-ei com chamas e chorumes, maior dos meus amores.

Será um tempo de insanidade deste que se afeiçoou.

Colherei um maço de trigos para enfeitar as mesas desertas.

Levarei um buquê de sempre-vivas, para que despertas,

Perdoe o egoísmo deste, que de sua ausência enjoou.

para silvinha: amor dos meus amores!