ISMÁLIA

"As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar..."

(Alphonsus de Guimaraens)

Findou-se em mim aquele curto instante

Vivido sob as árvores silentes.

Restou - somente - os cânticos latentes

Da mágica epigênese d'infante.

Não vi - jamais - verdade lancinante

Nas côncavas paisagens de dementes.

Portanto, em meus momentos quase ausentes,

Eu busco o verso podre de diamante.

Eu verso pelo préstito absoluto -

Na saga d'encontrar razão qualquer

Que venha colorir o meu luar.

Aquele instante d'árvores de luto

Jamais trará de volta tal mulher...

Que se rendeu às súplicas do mar!

06/12/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 06/12/2012
Reeditado em 28/01/2020
Código do texto: T4022559
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