'A uma artista plástica - II

Calada, no aconchego da oficina,

Entre telas, pincéis e várias tintas,

Pensas em mim - eu sei -, enquanto pintas,

Como pensar, em ti, é minha sina!

Ora um quadro começa, outro termina...

Passa o tempo, veloz, sem que tu sintas

As tuas mãos - frenéticas, famintas -

Procuram, sem querer, outra rotina:

Escreves-me, enquanto tu meditas

Em haver, entre nós, tanta distância,

Que também eu não entendi direito...

Se é meu coração que tu habitas,

É inaceitável esta circunstância,

Se ele reside dentro do meu peito!

Roberto Barros
Enviado por Roberto Barros em 07/03/2007
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