Aquele sorriso incerto
Eu, no canto queito da casa, admiro
O canto distante das aves, o vento que passa,
Os mesmos passos serenos do meu vizinho,
O arder do sol e o gato que caça
A tarde acaba tão silenciosa quanto aguenta
e aquele perfume meus óculos embaça
Tinha esquecido do cheiro de hallz preto de menta
e da alegria que dança com a menina na praça
Pode a vida retorcer as vontades divinas
afagando as coisas que aquele olhar finge
ou desfazer da dor que te soca as feridas
Desejando até a sorte que inventa a esfinge
Admito que seu sorriso me encanta e cega
pela força que exibe e a dor que carrega