DESATINO

Ficaste nua, eu te cobri de amor,

depois sumi no abismo incandescente,

e misturei o fruto com a flor

fixando o infinito no indecente.

Entramos no universo do impudor

girando no astrolábio entorpecente,

e libertamos lágrimas da cor

difusa do prazer louco da gente.

A bússola algemada do desejo

mostrava a ampulheta carmesim

no vértice magnético dos beijos,

e eu lia o teu olhar dizendo assim:

__Me mata de prazer e de desejo,

despeja o teu amor dentro de mim”