RUÍNAS DO MEU TETO*


Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão, fazer-se fera
Invisível que o corpo à alma liga.

Talvez meu pensamento ‘inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas, desfazendo o enigma que eu fizera,
Ser um poeta já não mais consiga.

Se o acaso, enfim, roubar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros,
Destruirei meus versos. Eu prometo.

Meus versos serão ruínas do meu teto.
Fragmentados sob os meus escombros
Restando estrofes deste meu soneto.

___________________


*Republicação.
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 11/01/2013
Reeditado em 08/11/2013
Código do texto: T4079895
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.