Meu silêncio
Meu silêncio
Eu queria gritar, abrir meu peito,
declarar o que eu vi. Quantas loucuras!
Mostrar ao mundo as minhas amarguras,
mas eu não sei se tenho esse direito.
Esse mundo é cruel, mas não tem jeito,
segue um plano traçado nas alturas.
Não se vive na terra sem ranhuras,
é difícil plantar o amor-perfeito.
Porém nos versos, gritarei, prometo.
Registrarei nas linhas do soneto
o desgosto no amor que não foi dito.
E quando um dia alguém ler meu trabalho,
entenderá, nas letras que embaralho,
o que não revelei com o meu grito.
Gilson Faustino Maia