A alma presa por cadarços

A alma anda como louca

Tem uma lingueta com ilhoses

Mergulha na gáspea devida

Sem gostar da sola,

Deixa a paixão cativa

Num movimento insinua

Sibilante, ágil e louca

Belezas palmilhadas na rua

E traseiro e vira louca

A lingueta é incisiva

Entre crinas de um cordel

Bebe sedenta a alma cativa

Os cadarços cor de mel

Pelo contraforte sulca a rua

Encontra corpos suados

Encaixados à sola crua

Os cadarços continuam desatados.

Silvestre Andrade

16-02-2013