SATYRICON

Pegou aquele pano já mofado

do tempo que ela era uma Afrodite,

vestiu, mas repuxou por todo o lado,

teria que prendê-lo com rebite.

Pensando que era a deusa do pecado,

e o pano já espichado até o limite,

fazia do conjunto um enlatado

vertendo pelas bordas celulite.

O esgarce da fazenda, e ela alheia

achando que abafava no biquíni,

chamava a atenção ali na areia.

Sentei-me e fui bebendo meu martini,

e sem querer meter-me em coisa alheia,

curtia aquela cena de Felini.