IN TENEBRIS

Hirta e morta. No leito em que adormeces,

Como vencida dum febril letargo,

À flor dos lábios pairam surdas preces,

E a sombra fria de um sorriso amargo.

As mãos postas em cruz, que as negras messes

Cingiam meste mundo - o duro embargo -

Entre festões de luz e astrais quermesses

Hão de colher estrelas no céu largo.

Ela morreu, se libertou do mundo...

De súbito ouço num murmúrio antigo,

Ao vê-la queda num dormir profundo.

Velho Desejo que me fala ao peito:

- " quem dera, lado a lado estar contigo,

Se este caixão não fosse tão estreito..."

QUINTINIANO

10/03/2013"

Quintiniano
Enviado por Quintiniano em 16/03/2013
Código do texto: T4192582
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