Magia
Morte, energia extinta. Decantadas
as ressequidas lágrimas dos prantos,
nas sombras esquecidas pelos cantos
escoam as derradeiras madrugadas.
Sepultei a sete palmos sob a loisa
minha vida de nós e encruzilhadas;
na ausência das memórias abortadas
vou rir disto e chorar por outra coisa.
Ainda ouço germinar os roncos surdos
que do ventre da terra parirão
a genealogia de todos absurdos.
Se eu sacasse do bolso do colete
a magia da suprema solução,
varreria Deus debaixo do tapete.