“Apenas eu...”

Apenas eu conheço meus arroubos absurdos

E a incoerência, tento domar inutilmente.

Apenas eu sei o que movimenta meus surtos

E a causa desta insônia austera, indolente...

Apenas eu conheço os espectros desta cadeia

Que acorrenta meu caminhar embaraçado

Apenas eu sei da sofreguidão que permeia

Quando me olha, feito um passante desavisado...

Apenas eu sei adequar esta história cálida

Ao meu universo, ornamentando os tapumes.

Apenas eu sobrevivo a esta amabilidade pálida

Sustentando com altivez, meu orgulho incólume...

Somente eu sei ser festa em todos os teus momentos.

Ainda que insensível, eleja o som de outros ventos...

Glória Salles

-Registro na Biblioteca Nacional

-Ministério da Cultura

-E.D.A. —

Glória Salless
Enviado por Glória Salless em 25/03/2013
Código do texto: T4207519
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