DA RESILIÊNCIA I

E a minha vida se transforma em mera

quinquilharia e sentimentos vãos.

Na tentativa de colher os grãos,

perdi a enxada: permanente espera.

Eu me assombrei com a figura fera,

daquele monstro que me leva ao chão.

Desilusão. O meu futuro é cão.

E quem me disse foi a atroz quimera.

Posso tentar recomeçar de novo,

e preparar mais uma vez a terra,

como a galinha arruma o ninho do ovo.

Com sapiência, a tristeza aterra.

E com certeza, voltarei ao povo,

pois no meu peito a depressão se encerra.

Quimera=

Quimera é uma figura mítica oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C.. Sempre exerceu atração sobre a imaginação popular.

De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tífon.

Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão de Neméia, que foram mortos por Hércules. Habitualmente era descrita com cabeça de leão, torso de cabra e parte posterior de dragão ou serpente. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia com o fogo que vomitava incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la.