“Eterna amada” (Soneto de amor do conto “Apenas o sol nos separam”.)

Não, não me deixes aqui neste

Chão frio, sem ter a que me

Apegue para aquecer o frio

Que enrijeces os meus ossos.

Do meu coração; já nem me

Refiro, ele já não bate desde

Que o entreguei a morte por

Amor de ti amada minha!

Bem sabes que o amor que

Eu sentia, me faria ter a vã

Ilusão de lhe dar e receber

O amor, eternamente.

Agora, depois de tantos anos,

Eu ainda navego por este vasto

Mar escuro, e o vinho que

Aprecio o tomo na taça do teu

Crânio vazio, pois do teu sangue,

Já não mais me sacio. Ai, dor

Que me toma, nem a vida

Eterna me cura, nem a morte

Acalenta-me, nada fecha a

Lacuna que deixaste em meu

Peito condenado à eterna e

Cruel solidão.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 05/04/2013
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