Nefelibata

II

Ó Visão do horizonte, do infinito,

Tersa, cravada na paisagem viva;

Lembra, delineados no granito,

Os seios nus de uma mulher lasciva.

Ó das paragens sacrossanto rito,

Transfigurado na mudez cativa,

Fluindo na aurora, relembrando um grito

Pulsando, fresco, como em carne viva.

Guslas agudas e oboés vermelhos,

Quedai-vos com a paz dos Evangelhos,

Feito o sono tranquilo das crianças.

Como as vertigens dos sentidos, passa,

Ó Visão que me cinge e que me abraça,

Ó bando sugestivo das Lembranças!

03-04/06/13

Quintiniano
Enviado por Quintiniano em 04/06/2013
Código do texto: T4324909
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