Soneto Crepuscular.
Vestido, ao vento esvoaçando;
alma, há muito reage viajante;
e tu, doce dono do meu peito,
sempre me escapas doce e errante.
Pés descalços, a areia tocando;
os cabelos pelo tempo em desalinho;
e tu, meu amor desvairado e torto,
corres pelo meu ser, tão sozinho.
Queria prender-te a mim, sem saber
onde colocar a tua gentil pessoa,
e termino por enfim compreender.
No crepúsculo que vejo, vais estar.
No fim e começo, liberto estarás,
mas sendo presa constante do meu olhar.