Âmago de Atlas

Pesa-me, sobre os ombros alquebrados,

Os pilares do escuro firmamento,

Onde firmam-se nuvens de lamento;

Carregadas com ácidos enfados.

E cortam-me, laceram-me, os afiados,

Os incorpóreos cacos dum momento;

Passado que a lembrança traz no vento;

E são partes de sonhos já quebrados.

Qual chumbo rarefeito pesa o mundo;

Atmosférico e negro, onde o profundo;

Vórtice da Tristeza não tem fim.

Ah!, quanto peso, quanto peso, quanto;

Peso e quanto pesar e desencanto;

Carrego sobre os ombros dentro em mim!