Soneto de sentimento

Não pude ver a conduta amoral e lábios mentiros

Cega não vi o coração seco atrofiado para o amor

E agora tardiamente apago a chama e a esperança

Que fez brotar na fantasia de tempos de criança.

Como outrora olhei a lua as estrelas e vi luz.

Do orvalho da manhã senti a brisa que seduz

Envolvi-me embalada na suave canção matinal

E acreditei. Apostei novamente no amor ideal.

Fui completamente sonhadora e cega pro real.

Aceitei de primeira a enganosa palavra surreal

Não havia verdade fui teu acaso e caso banal.

Sobreviverei e jogarei no arquivo a tua maldade

Terei tempo e espaço na vida para sentir saudade

E estou certa que a dor não vai pra eternidade.

Carmem Lacerda
Enviado por Carmem Lacerda em 25/07/2013
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