(Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Foto da autora.)
 



ILUSÓRIO SONHO

O sonho é próximo ao canto da sereia,
Ilude através do seu imenso disfarce,
De mim se esconde, não mostra sua face,
Engana quem por ele clama e anseia…
 
É raio de sol, m'ilumina com sua luz,
Solta-me ao vento, minhas asas embala.
Junto ao meu coração, suave, fala,
Engano-me,  se penso que me conduz…
 
Ah, ilusório sonho! Não vês mais o viço
Da jovem e alegre gaivota d’outrora!
Hoje voa, cansada, n’outro espaço,
 
E, com o vento, as ilusões vê ir embora…
E n'alma que, um dia, foi leda e inspirada,
A dor não grita… permanece calada!

Ana Flor do Lácio





Prezado Américo Paz, agradeço sua presença que sempre ilumina minha sala e a lindíssima interação. É uma honra publicar seu soneto na minha singela página. Um abraço, com o carinho e admiração de sempre.
 

 
O sonho é encanto, imensa teia,
Ilude e aumenta o disfarce;
De mim se esconde, não mostra sua face;
Engana quem por ele clama e anseia...

É raio de sol, um sopro de areia... 
Solto-me ao vento, ganho asa de alface;
Junto ao meu coração o chão, o impasse;
Engano-me ou sou mesmo u'a sereia?

Ah! ilusória aranha, vês o viço,
Asa de alface, chão duro d'outrora!
Vão-se os anéis, ó dedo roliço,

Que com o vento vê tudo ir agora.
A aranha tece, eu volto ao serviço;
A dor não grita, a poesia vai embora...


(Américo Paz)


 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 26/07/2013
Reeditado em 28/07/2013
Código do texto: T4404913
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