HOMEM OBJETO III

A mulher que na cama adormece instigante

marcou todo meu corpo com suas mordidas,

nos tórridos enlaces cheios de lambidas

cravou-me as suas unhas, louca, devorante.

Assim vou carregando a sina de um amante,

e não passo de um corpo que lhe dá guarida,

fomento as fantasias que foram perdidas

nos anos de vivência sem graça, estafantes.

Meu Deus, como eu estou agora amargurado,

não sei como dizer-lhe que isso é muito pouco,

e que quero ficar pra sempre do seu lado.

Saudades eu não quero ter, sofrer tampouco,

o meu medo é de ser por ela abandonado,

pois amo essa mulher, eu a amo como um louco.