Em casa

Outra rosa nasceu em nossa casa;

outra vez se enfeitou nossa roseira.

Vi mais um beija-flor batendo as asas,

e outro verso brotou da terça-feira.

Eu me vejo de novo à tua espera,

ansioso que venhas, que me queiras...

O crepúsculo rubra a primavera

e a tarde se enlaça na roseira.

Com o bico repleto de capim

saçarica um elétrico pardal,

remexendo os gravetos do jardim...

Imagino seu ninho artesanal,

e desejo que ele possa, enfim,

preencher o vazio do meu quintal...

São Paulo, 14/11/2006 (tarde de terça-feira)