Tocas com mãos de seda a alma nua
Embaraçada no prazer de tuas amarras...
Transfundes o meu sonho em vida crua,
Na falsa calmaria de doces garras

Em oração eu estendo as mãos à Lua
E rogo ouvindo o canto das cigarras.
Em teu colo pouso a alma que flutua,
Tocando fina pele com cimitarras

Queima docemente a alma ardida!
Ó ferina flor! Que a paz azucrina...
Embriagada sorri a alma combalida,

No suave sangrar o tino desatina.
Não me importa sonhar, que seja vida.
Se calma devora-me a Doce Felina.