SONETO DE PROTESTO
As cãs que camuflo, que escondo,
tragam para mim o meu bom siso,
a calma, a sensatez de que preciso,
diante deste mundo hediondo!
De esperar imoto o sol se pondo,
vejo no horizonte o incircunciso
galgando o chão sagrado que eu piso,
com um olhar agudo e redondo.
Não vejo neste mundo a conquista
do bem, em toda esta minha vida,
de meio século que já tenho em vista.
Porque se não mudar estará perdida,
a mãe gentil de fala idealista,
sucumbirá sem uma despedida.
(YEHORAM)