Última flor do Lácio, inculta e bela,
     És, a um tempo, esplendor e sepultura:
     Ouro nativo, que na ganga impura
     A bruta mina entre os cascalhos vela.

     
     Amo-te assim, desconhecida e obscura,
     Tuba de alto clangor, lira singela,
     Que tens o trom e o silvo da procela
     E o arrolo da saudade e da ternura!


     Amo o teu viço agreste eo aroma
     De virgens selvas e de oceano largo!
     Amo-te, ó rude e doloroso idioma,


     Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
     Em que Camões chorou, no exílio amargo,
     O gênio sem ventura e o amor sem brilho! 
OLAVO BILAC POR.: ÁGUIA DAS LETRAS.
Enviado por Aguia das Letras em 28/11/2013
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