SONETO DO AMOR QUE INSISTE

Meu amor é flor que brotou nas pedras da imprevisibilidade

Ali, humilde, permeou-se, infiltrou-se, na esperança baldia

De ser descoberto, colhido numa cálida manhã de domingo

Para perfumar sua alma e trazer-lhe, quem sabe, felicidade

Meu amor abriga-se da chuva e dança a balada do vento

Não agoniza no tempo e purifica-se no colo da natureza

Espera ansioso a próxima primavera romper o cinza

Para dourar-lhe as virtudes e renovar-lhe a beleza

Ele adorna as rochas que oprimem sua delicadeza

Suas raízes estendidas na terra o mantém radiante

Suas pétalas, contrapõe-se às negações e asperezas

Esta flor sofre com a demora, com dúvidas e nos desvãos

Esforça-se, para vencer o veneno da distância e da solidão

E no viés das impossibilidades, sonha, florir em suas mãos!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 23/04/2007
Reeditado em 17/06/2017
Código do texto: T461344
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