PAI CLANDESTINO

Não abri para ela o meu coração,

Tampouco lhe contei toda verdade,

Mesmo temendo que esta omissão

Ao ser descoberta soaria falsidade.

Queria soltar o verbo. Posso não!

A verdade ferirá com toda vontade,

Colocará na vida dela a decepção

com teor de requintes de crueldade.

Que filha terá orgulho de pai ladrão,

assassino, traficante, agiota e cafetão?

Minha filha aquenta encarar tal realidade?

A resposta é negativa... ouço meu coração.

Por isso deixa como está esta situação

Eu ser pai aqui na minha clandestinidade.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 17/12/2013
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