Filho abra o saco! - Desculpa moço
Se nossa fome inibiu seu almoço.
Não repare no moleque meio afoito
Desde ontem só traçou foi um biscoito.

A coisa anda “braba”, só resta o caroço
Daquela fruta vida, ora vida osso.
A fome chega cedo, desde as oito
É moleque... Não chegas aos dezoito.

Mas moço, não repare nossa tristeza.
Coma tranqüilo, olha pra gente não.
Deixe a fartura cair de sua mesa

A necessidade mora aqui no chão.
Filho, o saco! Colhe essa grandeza
Nas migalhas do inocente coração.