Busco-te no breu de minhas entranhas
E acabo por esquecer quem sou eu.
Serei o homem rei das artimanhas
Ou o pobre coitado que enlouqueceu?

Insano no querer com minhas manhas,
Devasso no libertino apogeu,
Ou o moço enlevado que arranhas
O que não se possui, já é todo teu?

Ó loucura! Devolva-me o tino!
O grito de minha voz eu não ouço.
Nem sei... Diga: Sou homem ou menino?

Sou livre ou o rei do calabouço?
Não me importa mais o meu destino...
A alma não sustenta o arcabouço.