Aos ultra-românticos
Lord Byron, Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu.



Amoroso palor meu rosto inunda,
Mórbida languidez me banha os olhos
Ardem sem sono as pálpebras doridas,
Convulsivo tremor meu corpo vibra:
(Álvares de Azevedo)

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MÓRBIDA


No amargor da insolente e ardil pantera,
Quando vãos pensamentos já lhe vêm
O mal fazê-la própria em si, refém,
N’alma o portal do cárcere da fera.

E em toda convulsão que dilacera
O invólucro do espírito a contém,
Quando só um escapa-lhe entre cem,
Fica-lhe a cara em máscara de cera.

Desesperada, ébria, louca, histérica,
Em congestão mental, bestial, homérica,
Finge o sujo prazer com “Amor e Medo”.

Pensando, embriagada, dar um giro,
No peito pueril de Casimiro
Abraça-se à caveira de Azevedo.
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Hermílio

Nota> "Amor e Medo",
refere-se ao poema de Casimiro de Abreu.

 
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 12/01/2014
Reeditado em 13/01/2014
Código do texto: T4646953
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