SONETO 1/2014 - Da roca o fio da vida foi cortado

Da roca o fio da vida foi cortado

E tomba em solo santo libertino

A voz do herói ecoa... um filho amado

Que jaz agora livre em seu destino:

Não quero em meu caixão o olor das flores

Nem choro, nem louvores ou queixume

Não tremo à negra morte em seus horrores

Nem temo que o meu corpo vire estrume.

Pois tudo nesse mundo é passageiro

Fugaz tanto a vitória ou desventura!

Se um tíbio há de julgar se verdadeiro

Ou louco quem na vida se aventura

Que seja toda glória transformada

"em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada".

Moses Adam,

Diadema 3001/2014