O mendigo
Noctâmbulo, nefasto e doentio
Homem rude a vagar no anonimato
Insatisfeito assim no mundo ingrato
O mendigo hediondo perde o brio
Neste mundo sinistro e tão esguio
O mendigo defende o seu recato
O seu ìntimo modesto e timorato
Esta fúria nefanda de um bravio
A procura do pão cotidiano
O mendigo se torna mais humano
Com o martírio da vil mendacidade
No rosto escaveirado do mendigo
Eu percebo o látego do castigo
Pelos toscos estigmas da maldade.