Entre montes...o amor

Eram dois amores, apartados por dois montes

Por vezes, cansado de tarefa estafante

Deixava de vê-la, acumulando desejo

Ficava sem seu bem, desprezando o ensejo

Carregado de paixão, varava o alto relevo

Pisava indiferente nas pedras, nas fontes

Levava um soneto, do seu vasto acervo

Ele os pés, ela com o coração cessantes

No segundo monte, colhia e levava flores

Querendo perdão, multiplicava louvores

A ela, que por trás dos montes tanto esperara

Entre amores,distância medida em cordilheira

Levou a descobrir, quase que uma vida inteira

Que a negligência no amor...a saudade ampara

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 26/02/2014
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