Pataco

Comprei um potro bonito

Dei-lhe o nome de pataco

Adestrei sem dar um grito

Não tinha genética de fraco.

No cardápio havia alfafa

Vacinas só importada

Água potável em garrafa

A crina toda tosada.

Foi crescendo sem manias

Dava gosto de se vê

Aparava o casco todo dia

Ficando pronto pra turnê.

Trazia um brilho no pelo

Um quadril de manga larga

Jamais pensei em vendê-lo

Nem ser animal de carga.

Comprei uma sela macia

Com estribos feitos em bronze

Pra não provocar lombalgia

Nessas viagens mais longe.

Chegou o dia da viagem

Pulei no lombo de pataco

Nenhuma nuvem de passagem

Nas estradas muito buraco.

Paramos pra descansar

Depois de vinte léguas cortadas

Procurei desarrear

Meu companheiro de estrada.

Almocei enchi o bucho

Dei ração a ele também

Meu passeio estava um luxo

Para as mil léguas que vem.

A hora que escurecer o céu

Quero parar pra dormir

Pegarei a suíte do hotel

Da baia ele vai usufruir.

Foi aprovado no teste

Por quantas vezes que fiz

Cortei do norte ao nordeste

Estou confiante e feliz.

Quando não há o que fazer

Armo minha rede na varanda

Esta é a vida que escolhi viver

Tristeza por aqui não anda.

Francisco Assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 21/03/2014
Código do texto: T4738664
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