Na calada solidão da noite triste
Grito em silêncio a dor que insiste
Em ferir minha paz, me fazer lamentar
Enquanto a Lua cheia se mira no mar.

A alegre lembrança sabe que existe
A felina paixão que ainda resiste,
Mas a dor é matreira no argumentar,
Impondo a saudade, me fazendo chorar...

Sou homem que chora, não vejo labéu,
Pois a dor cruel não tolera os boçais
Ela fere o menino que espera seu céu

Na chuva, nos dias, nas noites, no cais.
Desta dor eu não fujo, sou dela um réu...
Sofre o menino que é homem demais.