Soneto das Meias Verdades

Se eu quisesse falar dos sonhos que tive

Enquanto juntos estivemos, nos amando

Enquanto foste a dama minha, eu homem livre

De correntes de aço, de pecados pagando?...

Mas... E se verdades eu estivesse inventando

Para ocultar o momento que se revive,

A mentira mais grave, do tempo passando,

Voando, acelerado, em agudo declive?...

Essa nossa doce e ingênua liberdade

Trago na lembrança com descontentamento

Não como mentira... Talvez, meia verdade.

Pois não são mentiras as verdades que invento

Quando falo de amor, de carinho ou saudade

Ou da dor que me causa o teu feliz momento!

Márcio Ribeiro
Enviado por Márcio Ribeiro em 09/05/2007
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