Soneto do amor acabado
Que fazer,
quando os olhos já não brilham mais como antes,
e os corpos não se atraem mais como que por magnetismo,
e a saudade e a distância já não mais consomem?
Que fazer,
quando já não preciso mais dos teus braços para me sentir segura,
e já não preciso mais, obsessivamente, estar ao teu lado,
e as pequenas coisas me iritam tão profundamente?
Lembrar,
que um dia saiste no meio do temporal para resgatar a minha rosa,
que nos lugares mais estranhos nos amamos enlouquecidamente.
Nos resta,
nossas vidas, individuais,
separadas, como já estavam.
A amizade,
se é que depois de tantos encontros e desencontros,
já não somos mais os mesmos.
Seguir,
cada um o seu barco, seu rumo,
à vida caberá, ou não, cruzar novamente nossos caminhos.