Chove aqui... E apesar do frio quente
Que embala a alma quase demente
Sonho em cantatas com teu belo corpo,
Na suspeita de estar vivo ou morto.

Um furor ensandecido e carente
Trespassa a solidão inda silente,
Aconchegando no momento absorto
Desejos de tua alma, o meu conforto.

Na quentura do momento passageiro
A brisa gélida soprou pra me dizer:
- Desperta! É um sonho, tu tens que saber!

Mil perdões pelo jeito alcoviteiro,
Se ainda vivo? Pergunte ao travesseiro.
É tua febre que esquenta e faz arder.