QUANDO MAMÃE SE FOI.
QUANDO MAMÃE SE FOI.
Quis a lagrima enxugar do destino
O sofrimento no rosto desse menino
Que no escuro transpira chuvas de medo
Na cama, cárcere que o faz de brinquedo
Dos fantasmas que riem do choro da morte.
O cobertor é o protetor do corpo entorte
No calor transformando o quarto em frio
Onde pensamentos nadam forte nesse rio
De pavor que a vida lhe trouxe de brinde.
Hoje, lembra de quando se ia ao deslinde
Sem psicólogo ou canudo de universidade
Sobre pedras e espinhos da família que habito
Que me elevaram à estância de bardo maldito
Na invídia de calcar o azo, da prática da caridade.
CHICO DE ARRUDA.