Musa em miragens
Do horizonte
Ela se apoderou
Com sua imagem.
Os ecos insistem sem cooperar
E se acumulam em harmonias complexas
Como miríades de luzes interconexas
Serpenteando como em uma casa de espelhos.
A palavra falada não pousa
Uma palavra à toa se dispersa
Entre todos os fatos que confesso
Não tive a vontade de me incomodar.
As frases são minhas e formam cantos vazios
Fundidas nas montanhas e pastos e nuvens
Onde um poema recôndito se fragmentou
E com o poema meu amor também se fragmentou
E elaborou uma imagem gigante no horizonte
E dela eu compus a tua canção de amor.